quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

 Feliz natal e um próspero ano novo a todos, com muita saúde e felicidades. Beijos e abraços, Rita.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

MINHA HISTORIA DE VIDA

Vou me apresentar, o meu nome é Rita Ferreira, nasci no dia 03 de Janeiro de1972 sou especial, tenho paralisia cerebral (A Paralisia Cerebral (PC) descreve um grupo de desordens do desenvolvimento do movimento e da postura, causando limitações nas atividades. São atribuídas a distúrbios não progressivos que ocorrem no cérebro em desenvolvimento. As desordens motoras da PC são geralmente acompanhadas por alterações na sensação, percepção, cognição, comunicação, comportamento, epilepsia e problemas musculoesqueléticos secundários). Consegui superar  isso porque sou forte, sempre lutei pelos meus objetivos, sou guerreira e também sou alegre e quero levar alegria para outras pessoas. Às vezes alguém ao ver uma pessoa especial não acredita que ela também possa ter objetivos, e lutar para realizá-los, por isso quero contar a minha história.

Minha trajetória

  A minha psicóloga Milena me incentivou a escrever esse livro.
Com 4 meses, meu pediatra o Dr. Mário Amato ao acompanhar meu desenvolvimento, viu a necessidade de ajuda e aconselhou minha mãe procurar um neuropediatra.
Então o diagnostico foi paralisia cerebral. Na época, disse para minha mãe que havia o método Dolman delacato (super estimulação) prometia bons resultados, largamos tudo em Presidente Prudente e mudamos para São Paulo, quando eu tinha 1 ano de idade.
 Minha mãe conta, que por uns 3 anos tudo correu muito bem. Eu tive muitos progressos, porém tudo foi ficando difícil. A clínica sofreu mudanças.
Passando por uma avaliação na A.A.C.D.
Concluiu-se que lá não seria indicado . O conselho foi: “voltem para Presidente Prudente. Assim estariam em uma cidade menor e se não teriam o que São Paulo oferecia, teriam mais tranquilidade e haveria de dar certo.” Chegando em Presidente Prudente tive as professoras Janete e Marli pré escola. Lucilena foi a minha primeira fisioterapeuta em  Presidente Prudente. eu gostava muito dela, nessa época tinha  6 anos. A Graça, aluna de fisioterapia da Unesp  minha vizinha de apartamento; Josiane e Joselene também alunas de fisioterapia, sendo Joselene professora de reforço também . Minha última fisioterapeuta foi a Fernanda Pacchione. A professora de Educação Física Naligia também trabalha meu condicionamento físico.
Fiz fono com a Cristina Pinho, foi muito bom para desenvolver a minha fala, e para a babinha. Uma pessoa comentou com a minha mãe que havia uma cirurgia para a babinha,  então realizei a cirurgia.
A Cristina é uma pessoa muito legal.
Aos 16 anos de idade, fui estudar na escola Lúmen. Lá eu conheci uma professora de pintura a Maria de Jesus, foi ela que me ensinou, com ajuda de moldes vazados a pintura dos meus primeiro guardanapos.
As pessoas especiais também trabalham, como qualquer outra pessoa. Você vai pintar e vender seus trabalhos, você vai ser uma artesã. Essas foram as palavras da minha professora.
Hoje a Maria não mora mais em Presidente Prudente deixou lembranças.        
Me vestir  com menos ajuda, comer com garfo devo as professoras Eva Angela de Oliveira e Rosana, do Núcleo Terê. Também no Núcleo fui aluna das professoras Maria Ângela, Lídia e da Angélica. Com cada uma delas aprendi muito, ler, pintar em madeira, vidros e outros materiais. Hoje pintar em tecidos é o que eu mais gosto. Guardanapos, jogos americanos, caminhos de mesa, toalhas de banho são alguns dos trabalhos que faço com a ajuda da minha professora Olga Angélica. Ela esta comigo há 15 anos; foi  ela quem muito me incentivou a querer ir mais além.
Marta Bassini foi minha primeira grande amiga aos 7 anos e essa amizade continua ate hoje. Lembrando que  gosto muito de uma  prima/amiga de infância, a gente brincava muito na fase dos 4, 5 anos, o nome dela é Ilda. Também quando eu morava no prédio no centro de Presidente Prudente conheci a Angélica, pois todo dia eu ia na recreação do prédio e ela ia também com os sobrinhos e ficamos amigas e gosto muito dela. Hoje ela mora na Bahia e ainda mantemos contato.
Sou muito feliz, tenho uma família que amo muito.

Chegada ao CPIDES

No ano de  2001, conversando com a professora Ana Martins, ela comentou que a professora Elisa Schlünzen estava com um trabalho que ajuda as pessoas especiais a ter acesso a informática, se relacionar com as pessoas através do computador. Por meio dessa informação, consegui realizar um sonho. Antes escrevia só no papel e hoje consigo ler e escrever no computador, por participar desse projeto. Pensava que nunca usaria o computador por não ter condições de utilizar o mouse. Atualmente, uso o computador e não dependo do mouse, uso o teclado no lugar dele, porque era muito difícil utilizar o mouse, no lugar uso as teclas 2,4,6 e 8 e as setas, na internet uso alguns   atalhos como as teclas 1230 para abrir algumas opções, minhas professoras Danielle e Flavia foram maravilhosas ao “bolarem’’ uma maneira de utilizar o computador. Sucesso! Deu certinho!
Eu gosto de todas as festas do Cpides, são bacanas, divertidas, cheio de amigos, conheço pessoas novas, comidas gostosas, etc.
Agradeço a professora Elisa, a todos estagiários e todas as pessoas envolvidas nesse projeto que durante todos esses 17 anos procuraram me ajudar da melhor maneira possível.

Depoimentos para Rita


Professora Olga Angélica

Eu, Olga Angélica, posso dizer com toda certeza que, nesses 13 anos com a Rita vi em cada aula sua evolução.
Percebi que ela podia ir além, que ela queria e podia fazer mais. Tive a ideia de aumentar gradativamente seus trabalhos, ou seja, vi que ela não queria ficar só no pano de prato. Hoje ela pinta fraldas, jogos americanos, toalhas de mesa e banhos, tapetes, vira de lençol etc.
Tudo que ela precisava era de incentivo, porque disposição ela tem bastante. Ela é especial e vencedora.  

Professora Nalígia Cavali

Oi, eu sou a Nalígia Cavali, personal trainer da Rita. Nós começamos a trabalhar juntas em 2004, nosso exercícios sempre foram realizados na casa da Rita, usando elásticos, pesinhos , caneleiras e TRX.
A Rita tem algumas limitações, mas é uma garota muito esforçada e por isso ela executa muitos exercícios e de forma muito eficiente.
Acredito que nesses anos muitos benefícios para saúde e para sua atividades diárias, nós adquirimos. Foi um aprendizado para mim também, e muito bom ver e conviver com a Rita, menina inteligente, dedicada, disciplinada , educada e muito amorosa.
Hoje é muito mais do que dar aula, vir aqui na casa dela e poder participar de momentos tão ricos com ela e sua mãe Nilcea, que só tenho a agradecer por todos esses anos!

Professora Livía Raposo Bardy

Falar da Rita não é algo fácil, falar sobre o que ela representa em minha vida pessoal e profissional é mais difícil ainda.
Conheci a Rita em 2003, em meu primeiro ano da Graduação em Pedagogia na Unesp de Presidente Prudente. Um local que para mim ainda não era novidade, mas que para ela era totalmente conhecido, pois fazia parte de sua rotina.
Ao longo de tantos anos de convivência contínua com a Rita pude perceber o quanto ela é uma pessoa guerreira, que busca alcançar seus objetivos e o quanto valoriza as amizades, valoriza as conversas, valoriza a convivência com as pessoas!
Estar perto da Rita é muito bom, pois é possível perceber o carinho que ela expressa pelas pessoas que gosta e como ela demonstra alegria em viver e em alcançar seus objetivos. Isso é uma lição para mim e sei que também para os que estão a sua volta...
Valorizar as pequenas coisas da vida, valorizar as pequenas e as grandes vitórias.
Só tenho a agradecer a Rita por todo o aprendizado que tive ao lado dela e a Deus por ter me dado essa dádiva maravilhosa!
Rita e Dona Nilcéa são muito especiais pra mim e para minha família, são exemplos de vida pra nós e estarão sempre em nossos corações!

Professora Jane Santana

         A vivência da jovem Rita aqui CPIDES – Centro de Promoção para Inclusão Digital, Escolar e Social, é prova de que a relação entre deficiência e inclusão não são opostas. Nascida com paralisia cerebral PC, que resultou em sérias consequências como: dificuldade na fala e locomoção e movimentos limitados com as mãos. Desacredita pelos médicos e outros profissionais.
Conheço a aluna Rita a longa data, nosso primeiro contato foi em 2005 quando a professora Renata Rinaldi pediu ajuda para acompanhar a Rita.
A Rita mesmo com todas as dificuldades que possui, sempre foi muito curiosa e questionadora.  Sempre buscando informações para sanar suas curiosidades.
O atendimento ocorria uma vez por semana no laboratório NEC-  Núcleo de educação corporativa.
Ela provou a cada acompanhamento, possui um potencial a ser aflorada, uma pedra bruta que precisava ser lapidada. Mas para isso tivemos que buscar alguns recursos de acessibilidade para a tecnologia e adaptações pedagógicas.
Sempre muito curiosa e não se conformava com respostas vazias, questionava até ficar satisfeita e suas dúvidas sanadas.
Aluna sempre teve interesse e uma excelente desenvoltura com as tecnologias de informação- TICs, por conta disso, conseguiu executar suas atividades com mais facilidade. È por meio da Rede Mundial de Computadores, a exemplo do Blog e  que divulga seus artesanatos e outros trabalhos.
Rita é um exemplo de dedicação e persistência e serve de exemplo a qualquer ser humano. Tenho muito orgulho de conhecê-la e fazer parte de alguns momentos de sua vida.

Professora Marcela Tinti

Sobre a Ritinha em minha vida.

Acredito no ser humano e que cada indivíduo tem uma luz peculiar.
Esse processo de credibilidade não foi um evento aleatório, mas decorrência dos processos que vivo no Cpides.
Óbvio que cada um nos proporciona aprendizagens e situações de superação, mas nada se compara ao que aprendi desde que conheci a Ritinha.
Digo isso com propriedade, porque meu olhar sobre o mundo se transformou, aliás, um novo mundo se apresentou a mim, com uma infinidade de possibilidades.
As pessoas nem sempre tem dimensão de como impactam nossa vivência. E acredito que a Ritinha não tem ideia do tanto que me ensinou com seu cuidado e perseverança, a partir da superação diária de dificuldades, com determinação e felicidade.
Com a Ritinha aprendi que o cotidiano é uma conquista, que o caminhar é uma oportunidade, que viver é uma diversão e que sorrir transforma qualquer dia cinza em um arco-íris sem fim. A cumplicidade da diferença nos aproximou nessa jornada terrena, e espero que permaneçamos unidas para além do universo.
Obrigada por me acolher em sua vida!

Professora Paula Spolador

Ritinha
Gostaria de começar meu depoimento agradecendo a oportunidade de fazer parte da história dessa grande mulher. Conhecer a Ritinha foi um presente da vida que aconteceu no laboratório de informática da Unesp, onde ocorria as atividades do API (Ambiente Potencializador de Inclusão). Depois de um tempo comecei a realizar atendimentos com a Ritinha e confesso que aprendi mais com ela do que ensinei. Aprendi que suas dificuldades para realizar algumas atividades não era obstáculo para ela, mas sim motivação e superação. Estava conhecendo uma pessoa cheia de determinação e alegria. Foi ela quem me ensinou os atalhos no teclado, pois não usava o mouse (e eu quem estava para dar suporte...rs), me ensinou também a usar vários recursos da internet para divulgação do seu trabalho. Durante os atendimentos compartilhávamos nossas histórias de vida e começamos uma amizade, que já dura 8 anos e permanecerá. Não demorou muito e comecei a realizar o complemento do atendimento em sua casa, uma vez por semana. Sempre foi muito bom estar ao lado da Ritinha, nunca tinha tempo ruim para ela, as vezes eu estava desanimada e ela me ajudava a sair desse estado e voltar “no pique”. A Ritinha sempre soube valorizar a amizade, valorizar seus amigos. Estou muito feliz por fazer parte desse momento, o qual ela sonha e almeja há algum tempo e ver isso concretizado e maravilhoso. Parabéns, Ritinha e obrigada por permitir que eu faça parte de sua vida.

Agradecimentos da Rita

O meu agradecimento a quem desde muito pequena até os dias de hoje participou da minha vida, das minhas conquistas. Agradeço a Deus por ter colocado vocês...

Amanda (Estagiária da Unoeste).
Ana Martins
Angélica
Beatriz Alves de  Moura
Beatriz Torchi
Carina Oliveira
Cintia  Bersanim
Cristina Pinho
Danielle Santos
Dr. Mário Amato
Dominicke Nara
Eliza Tomoe Moriya Schlünzen
Eva
Fernanda Pacchione
Fernanda
Flávia Santos Silva

Graça
Jane Santana
Janete
Joseane Alvin
Lídia
Lívia Cruz
Lívia Raposo Bardy
Lucilena Marasca
Milena Martins por ter me incentivado a escrever esta história
Marli
Maria Beatriz
Maria de Jesus
Naligia Cavali
Olga Angélica
Paula Spolador
Paloma Alinne
Renata Portela Rinaldi
Rosana Franklin
Verônica Cordeiro

       
Para finalizar deixo um verso  de uma canção..

 “Se Deus quiser
Um dia eu viro semente
E quando a chuva
Molhar o jardim
Ah! Eu fico contente
E na primavera
Vou brotar na terra
E tomar banho de sol
Banho de sol!”
(RitaLee)